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Sede sóbrios e vigilantes

  • Foto do escritor: Silvana Sales
    Silvana Sales
  • 16 de jun.
  • 4 min de leitura
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Crédito da imagem: Heberth Ventura



“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar.” (1ª de Pedro 1:5)

 

Uma certa noite, numa reunião cristã de grupo familiar, um irmão trouxe-nos uma meditação sobre o texto bíblico referido acima, fruto de sua leitura devocional. Partindo dessa abençoada reflexão, surgiu, então, no meu coração o desejo de escrever sobre o que de mais precioso pudemos compartilhar naquela noite de uma quarta-feira de 2025.


Entre muitas coisas discutidas de grande relevância naquele dia, uma, em especial, veio ao meu coração enquanto meditávamos, e é esse tema, em específico, a razão que me levou a escrever esse pequeno artigo.


Antes de mais nada, é preciso dizer que as epístolas de Pedro são universais, endereçadas a todos os crentes, em todos os lugares e em todas as épocas. São admoestações para nós de alguém que experimentou quedas, deslizes, exatamente pela ausência de uma maior vigilância e sobriedade. Por isso, a necessidade urgente de estarmos cuidadosamente atentos, sendo vigilantes e sóbrios, à orientação divina dada por intermédio desse experimentado servo de Deus.


Precisamos ter consciência de que estamos numa guerra constante. Lidamos com um inimigo cruel, ardiloso e obstinado a fazer cair aqueles que seguem os passos do Mestre. Muitas são as tentações e ciladas que podem nos cercar por não vigiarmos e por não nos mantermos sóbrios, e é sobre uma delas que eu gostaria de meditar com você, amado leitor. Refiro-me a um pecado muito comum em nosso meio cristão, tão comum que podemos facilmente incorrer nele, ignorando a sua gravidade. Esse pecado se chama murmuração.


Podemos, por falta de vigilância e de sobriedade, murmurarmos diante de muitas situações: da enfermidade, do luto, da dor, das perseguições, etc. São tantas as dificuldades que enfrentamos no dia a dia que o cansaço da batalha pode nos tirar da postura de adoradores e nos colocar, facilmente, na posição de murmuradores. Esquecemos, muitas vezes, que são as raposinhas que fazem maior estrago nas vinhas.


Devemos nos lembrar, à luz da Bíblia, dos inúmeros exemplos citados nas Escrituras de adoradores em meio aos maiores infortúnios, bem como dos que cederam e se deixaram levar pelo pecado da maledicência.


Temos, no Antigo Testamento, o brilhante e emblemático exemplo de Jó. Para validar a nossa reflexão, é importante lembrarmos a proposta de Satanás perante o Senhor: “Estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra a tua face.” (Jó 1:11).  No entanto, vemos que, apesar de todos os terríveis acontecimentos, o coração de Jó estava em Deus, e ele seguiu adorando-O, temendo-O e confiando no Senhor. São de Jó as célebres e inspiradoras palavras: “... O Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21); “Ainda que me mate, nele esperarei” (Jó 13:15); “Porque eu sei que meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25).


No Novo Testamento, temos também exemplos maravilhosos de pessoas que, ao invés de murmurarem, decidiram louvar ao maravilhoso Deus. Um dos exemplos que eu gostaria de lembrar aqui é de dois servos, que, mesmo presos, açoitados, cheios de dores e ferimentos por pregarem a santa Palavra de Deus, escolheram adorar. Eis a passagem bíblica que retrata a situação: “E, perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam” (Atos 16:25). 


A questão da murmuração é tão séria que, no contexto bíblico do Velho Testamento, temos o relato de uma nação inteira, no caso, Israel, que foi penalizada por ter cometido esse pecado. Os seus habitantes, além de se prostituírem com seus ídolos, murmuravam constantemente mesmo sendo testemunhas da grande misericórdia e do amor de Deus por eles. Por conta disso, sofreram a pena.


O povo de Israel murmurava por tudo, pelo que tinha e pelo que deixavam de ter, e muitos de nós, se não vigiarmos e não tivermos sobriedade, cairemos, facilmente, nessa armadilha de Satanás. E acredite: não há nada que enfureça mais o inimigo de nossas almas do que um coração agradecido diante das adversidades.


Saibamos, dessa maneira, que louvar a Cristo e adorá-lo em meio a dor, mesmo nas circunstâncias mais adversas, por um lado, nos fortalece, e, por outro, enfraquece a ação do inimigo sobre nossas vidas.


Por fim, para que não haja em nós nenhuma dúvida da seriedade do assunto, compreendendo que a murmuração é um gesto pecaminoso através da qual o nosso adversário deseja agir sobre nós, termino essa reflexão com as sábias palavras do apóstolo Paulo à igreja de Corinto. Referindo-se ao povo de Israel, o apóstolo dos gentios escreveu: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para que já são chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana, mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1ª de Coríntios 10:10-13).


Diante disso, lembremo-nos sempre de que Ele, Jesus, nos concede o escape para o louvar e não para murmurar frente às intempéries da vida. Sejamos, portanto, sóbrios e vigilantes, para que o nosso adversário não nos faça cair no pecado da murmuração!

 

No amor de Jesus, O Cristo.




           

Silvana Sales (16.06.2025)

1 comentário


Convidado:
30 de jun.

Louvado seja Deus, que tem nos sustentado todos os, desde que nos tornamos seus filhos, por meio de Cristo Jesus.

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