A doutrinação ideológica em sala de aula: um alerta aos pais cristãos
- Heberth Ventura
- 1 de jul.
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Atualizado: 1 de jul.

Crédito da imagem: Heberth Ventura
Nenhum pai ou mãe, com seu(s) filho(s) matriculado(s) em uma escola pública (ou mesmo particular), pode se dar ao luxo de negligenciar o seu papel de verificar o que está sendo ensinado na sala de aula da sua prole. O cenário da educação brasileira, afinal, não nos concede essa liberdade.
Sobre essa questão, o pensador cultural Thomas Sowell foi corretíssimo quando afirmou: “A educação não é apenas negligenciada em muitas de nossas escolas hoje, mas é substituída em grande parte pela doutrinação ideológica.”[1]
Diante disso é que podemos afirmar que a escola, atualmente, não pode ser mais considerada um lugar só de aprendizagem. Ela se tornou também uma fábrica de doutrinação ideológica e de aliciamento de jovens para valores que destoam do Evangelho. E se engana quem pensa que isso se restringe apenas aos estudantes do Ensino Médio. O Ensino Fundamental também já faz parte da agenda dos doutrinadores.
Você já deve até imaginar o porquê disso: é na escola, sozinhos e sem o olhar atento dos pais, que nossos filhos se tornam mais vulneráveis a sugestões, a certas ideologias, a comportamentos e à doutrinação contrárias aos preceitos cristãos. Quando seu filho encontrar um professor que tem forte desejo de passar seus posicionamentos ideológicos sobre política, cultura e comportamento, pode ter certeza de que ele procurará desfazer tudo o que você, pai, ensinou de valores e mentalidade cristã a seu filho.
Sabemos que as ideologias que têm sido propagadas nas escolas procuram construir um novo homem, uma nova moral. Certos ideais comunistas, por exemplo, veem a educação como um elemento para propagar o ódio. Sim, por trás da linguagem do “amor”, da “inclusão”, da “diversidade” e da “equidade”, há, na verdade, um espírito de ressentimento e de ódio contra as instituições e contra valores cristãos que formaram a civilização ocidental.
Lênin, conforme citou Walter Duranty, em 1934, disse: “Dê-me quatro anos para ensinar as crianças, e a semente que terei plantado nelas nunca será desenraizada.” [2]O mesmo Lênin, em 1923, declarou aos seus Comissários de Educação: “Nós devemos odiar – o ódio é a base do comunismo. Deve-se ensinar às crianças que odeiem seus pais se eles não forem comunistas.” E ainda: “Se os pais não estiverem do lado dos comunistas e de seus objetivos, então deve-se ensiná-las a não os respeitar.”[3]
Será que ler essas palavras lhe trouxe algum espanto? Sim, existem ideologias seculares, uma espécie de nova religião que quer tomar o seu lugar de pai e de mãe. Não me esqueço de ter testemunhado um grande amigo que, ao entrar em uma universidade privada, no curso de Direito, no primeiro dia de aula, teve que ouvir sua professora dizer que ele e seus colegas deveriam deixar de lado tudo o que aprenderam em casa de seus pais. Relaciono esse episódio ao que Paul Kengor, um estudioso sobre os regimes totalitários e ideologias seculares, declarou: “Em apenas quatro anos de um curso de graduação, os esquerdistas que administram as universidades conseguem desfazer dezoito anos do que uma criança possa ter aprendido em casa.”[4]
Estamos, sim, diante de uma educação enviesada e com uma influência danosa para as crianças e jovens. Os pais devem, portanto, estar em estado constante de alerta. Sim, também existem, infelizmente, muitos pais crentes que ainda não querem pensar nisso. Devem estar conscientes de que a luta pela sobrevivência da mente de seus filhos vai chegar, quer queiram, quer não.
Nenhuma agenda oculta ou disfarçada deve passar desapercebida sob nosso olhar. É nesse sentido que todo pai precisa ser um constante leitor, a partir de uma visão de mundo cristã, da cultura em que está inserido. Precisamos, assim, estar atentos às terminologias que estão sendo usadas em sala de aula. Lembremo-nos de que as terminologias da educação esquerdista e ideológica vão sempre estar evoluindo rapidamente. É, dessa forma, extremamente importante o estado de vigilância constante.
Para deixar claro o que estou querendo dizer, tomemos como exemplo o termo “justiça social”, usado comumente para fazer críticas a problemas sociais da cultura americana, e que, depois, passou para se referir à “teoria crítica da raça”, logo depois para “antirracismo”, e agora, no contexto americano, já mudou para “estudos étnicos” e pelo denominado ensino “culturalmente responsivo”. Aqui no Brasil, novos neologismos estão sendo criados. “Justiça climática” é a mais recente. Esses termos não são neutros; não se tratas apenas de uma troca de nomes; estão carregados de valores ideológicos.
Por favor, pais, esse é um apelo sincero para que vocês não se deixem levar pelo comodismo e se esqueçam de que existe uma guerra cultural e ideológica por nossas crianças. Exerçam, portanto, a devida diligência e o ceticismo a muitos dos termos que estão sendo usados no ensino de seus filhos. A corrupção da linguagem e o controle social através dela é uma das estratégias de ensino destrutivo de que estamos falando até aqui.
Para concluir esse texto, preciso dizer que é muito importante também que os pais ensinem seus filhos na prática a argumentarem contra aquilo que ouvem. Eles não podem simplesmente aceitar os argumentos contrários a sua fé e aos seus valores e se manterem na passividade, resistindo aos ataques à base do silêncio. Queremos que nossos filhos sejam capazes de lidar com argumentos e saiam desse desafio de cabeça erguida. Além disso, não podemos esquecer que não devemos ensiná-los a entrar em todo debate. Há um momento apropriado para tudo, e nossos filhos devem saber o momento de responderem adequadamente.
Nessa direção, alguém já disse com propriedade: “Não precisamos proteger nossos filhos de todas as formas de adversidade da vida, e ouvir pontos de vistas opostos, dentro do razoável, é saudável.” Não, não é saudável ensinar seu filho a permanecer calado. Se não ensinarmos nossos filhos contra a doutrinação ideológica avessa aos valores do Reino de Deus, infelizmente eles serão capturados por essas ideias e atitudes. Coragem é um hábito. Por favor, pais, estejam em estado de alerta! Não percam seus filhos por causa de sua negligência!
Heberth Ventura
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REFERÊNCIAS
[1] SOWELL, Thomas. Education: Assumptions versus History. Stanford, California:Hoover Institution Press Publication, 1986.
[2] DURANTY, Walter. Duranty Reports Russia, 1934, p. 175 apud KENGOR, Paul. Manual politicamente incorreto do comunismo. Campinas, SP: VIDE Editorial, 2019, p. 209.
[3] KENGOR, Paul. Manual politicamente incorreto do comunismo. Campinas, SP: VIDE Editorial, 2019.
[4]Ibidem.
Muito bom mesmo 👏👏👏
Fui aluno de Escola de tempo integral, e hoje como aluno universitário, posso confirmar que o Sistema Escolar é inimigo da Igreja e Família
Ótimo!
Assunto da mais alto relevância 👏