Reconciliação bíblica após conflitos
- Heberth Ventura

- 30 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de mai.

Crédito da imagem: Heberth Ventura
Recentemente, ao me deparar com o texto de Mateus 5:23-24 em minha leitura devocional, senti uma profunda necessidade de meditar sobre as palavras de Jesus. Ele nos ensina: "Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois, volte e apresente sua oferta."
Essa passagem, aparentemente simples, revela algo poderoso e profundo sobre a prioridade da reconciliação. Ao pedir ao Senhor que perscrutasse meu coração, fui confrontado com a clareza desse ensino: a reconciliação com nosso irmão deve vir antes de qualquer oferta ou adoração que desejemos apresentar a Deus.
Muitas vezes, em nossa caminhada cristã, ignoramos essa ordem de prioridades. Podemos ter conflitos ou mágoas com algum irmão, mas ainda assim pensamos que isso não deve afetar nossa relação com Deus. Achamos que nossa adoração pode ser separada de nossos relacionamentos interpessoais. No entanto, Jesus nos ensina justamente o contrário. Ele nos diz que, se ao ofertarmos nos lembrarmos de um desentendimento, devemos deixar nossa oferta e correr em direção à reconciliação.
Esse ensino é profundo e não deve ser negligenciado. Ele nos convida a refletir sobre a seriedade do impacto que nossos relacionamentos podem ter em nossa adoração. O próprio Senhor nos chama a priorizar o conserto com o próximo, pois, antes de oferecer algo a Ele, é necessário que haja paz em nosso coração com os outros.
A reconciliação, portanto, não é uma opção ou um gesto de boa vontade, mas uma prioridade que o Senhor exige de nós. Devemos buscá-la com urgência e diligência. Essa lição é frequentemente esquecida, mas é essencial para um relacionamento pleno tanto com Deus quanto com os nossos irmãos.
Como, então, devemos agir quando algum irmão tem algo contra nós?
1. Devemos nos aproximar o mais rápido possível da pessoa ofendida.
O texto nos mostra de forma clara que a ordem de prioridade é inegociável: ao lembrarmos de um desentendimento, devemos correr ao ofendido para buscar a reconciliação. Esse ensino nos confronta, pois muitas vezes pensamos que ir atrás do outro é sinal de fraqueza. Mas, na verdade, Jesus nos ensina que isso é indispensável para que nossa oferta seja aceita diante de Deus durante a adoração. Reconhecer nossa falha e buscar o perdão é um ato de humildade e obediência ao Senhor.
2. Fale pessoalmente.
Comunicados por WhatsApp, SMS ou mensagens via direct (instagram) nunca terão o efeito profundo que a comunicação pessoal traz. Às vezes, as palavras trocadas virtualmente podem ser mal interpretadas, pois não refletem nosso estado emocional ou espírito no momento. Podemos escrever com boas intenções, mas o outro pode entender de forma completamente diferente. É no diálogo pessoal, cara a cara, que conseguimos expressar com mais clareza o que está no nosso coração e ouvir sinceramente o outro.
3. Humildade.
Admitir que fizemos algo errado para o outro é um sinal claro de maturidade espiritual. Muitos conflitos interpessoais não se resolvem devido ao orgulho. Nada é mais abençoador do que experimentar a bênção de pedir perdão e, ainda mais, de recebê-lo. A humildade de se aproximar do outro e reconhecer nosso erro é indispensável nesse processo de reconciliação.
Às vezes, somos rápidos em apontar os erros dos outros, mas esquecemos que o amor bíblico cobre uma multidão de pecados (1 Pedro 4:8). Devemos perdoar como fomos perdoados, com o mesmo amor e graça que recebemos do Senhor (Efésios 4:32). Que possamos atender à necessidade urgente de manter a paz uns com os outros, lembrando sempre que a reconciliação é a vontade de Deus para nós. Quando obedecemos ao que Ele nos ordena, experimentamos não apenas a cura de nossos relacionamentos, mas também um aprofundamento em nossa caminhada com o Senhor.
Heberth Ventura




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